Porto Brandão
Porto Brandão é uma pequena localidade da margem sul (concelho de Almada) situada à beira do Tejo. É uma localidade antiga, estando atestada a presença romana e árabe, e foi lugar de oficinas de construção naval. Atualmente é um lugar de eleição para degustar as famosas carvoadas, um prato específico deste lugar, que consiste em carnes, peixes ou marisco e frutas grelhados, cuja particularidade é serem grelhados à mesa, tendo sido criado grelhador especial para esse efeito por artesãos locais. Ao lugar de Porto Brandão está associada uma lenda sobre “Brandão, jovem robusto de cerca de 20 anos, operário da construção naval, namorava, às escondidas, a filha do “governador do estaleiro”. Este só ambicionava a riqueza e o poder. Para conseguir os seus intentos, prometeu a filha Paulina com um poderoso comerciante que se encontrava na Índia, e, às escondidas de todos, preparou a partida de Paulina num navio. Mas Brandão apercebeu-se de tudo. Quando o barco estava para sair, dirigiu-se, silenciosamente, numa pequena embarcação a remos para o navio a fim de raptar a noiva. Não sendo bafejado pela sorte, foi descoberto e dado como ladrão. Tentou resistir, mas o comandante do barco mandou-o matar e lançar o corpo às águas do Tejo. Cheia de medo e banhada em lágrimas, Paulina assistiu a este triste episódio. Depois de ver o corpo do seu namorado desaparecer nas águas do rio, decidiu acompanhá-lo na morte, atirando-se também ao Tejo. Alguns dias depois, foram os seus corpos achados em praias diferentes; o de Paulina apareceu numa praia que recebeu o nome de Praia de Paulina ou Porto da Paulina, hoje chamado Lazareto; e o de Brandão na que ainda hoje se designa por Porto Brandão.” Junto a Porto Brandão são ainda visíveis as ruínas do Lazareto, mandado erigir pelo Rei D. João II, em 1490, e onde eram colocados em quarentena as pessoas e os objetos provenientes de lugares onde existisse uma doença epidémica ou contagiosa, como os leprosos (a palavra Lazareto vem de S. Lázaro, o santo benfeitor dos leprosos). Aí esteve encarcerado o escritor D. Francisco Manuel de Melo (1608-1666) durante 11 anos (Guia de Portugal, 1924, p.637). Saber mais: http://www.m-almada.pt/xportal/xmain?xpid=cmav2