Memória e Resistência
Este itinerário pretende preservar e divulgar património associado à resistência antifascista, identificando lugares que são, por si mesmos, “lugares de memória”.
Pontos de interesse
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Antiga sede da PIDEA Rua António Maria Cardoso 18-26 era a morada da sede da PIDE, polícia de repressão política do Estado Novo. Na tarde do 25 de Abril de 1974, fez 4 mortos – os únicos da revolução – e 45 feridos, através de disparos a partir das suas janelas. Diz-se que antigos moradores ainda se lembram dos gritos daqueles que eram torturados nos interrogatórios, na cave do edifício. Hoje, na fachada do edifício, está uma placa em memória das vítimas. Saber mais: http://www.dark-tourism.com
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Museu do Aljube – Resistência e LiberdadeMuseu que visa a preservação da memória de luta contra a ditadura, na construção de uma cidadania esclarecida e responsável e assumindo a luta contra o silenciamento desculpabilizante do regime ditatorial que dirigiu o país entre 1926 e 1974. Saber mais: https://www.museudoaljube.pt/
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Rota do Barreiro - Largo Gago Coutinho e Sacadura Cabral (Largo do Casal)Na noite de 18 de Janeiro, numa ação de protesto contra a fascização dos sindicatos, deflagra uma bomba no Largo Casal, à época um dos principais pontos de encontro do Barreiro, lançando o pânico entre os transeuntes e determinando uma imediata intervenção da GNR. Deste ataque à bomba resultaria o ferimento de 6 indivíduos. Saber mais: http://memoriaefuturo.cm-barreiro.pt/arq/fich/Rota_da_Resiste__770_ncia_Textos_0.pdf
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Rota do Barreiro - Rua da BandeiraNo dia 28 de Fevereiro de 1935 tem lugar uma jornada de agitação no Barreiro, organizada pela Comissão Inter-Sindical (CIS), afeta ao Partido Comunista Português. São hasteadas bandeiras vermelhas em toda a vila, a par da distribuição de material de propaganda. A na PVDE é chamada a intervir, acabando por prender 45 operários, os quais viriam a ser submetidos a violentos interrogatórios. Saber mais: http://memoriaefuturo.cm-barreiro.pt/arq/fich/Rota_da_Resiste__770_ncia_Textos_0.pdf
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Rota do Barreiro - Praça de Santa CruzFace aos violentos interrogatórios, as mulheres dos presos concentravam-se junto aos Paços do Concelho, exigindo a sua libertação. Operários saídos das fábricas aderem ao movimento, originando uma manifestação que contará com cerca de 3000 pessoas. Face ao clima de revolta popular, a GNR intervém, mas, e face à sua incapacidade em demover os manifestantes, são mandadas avançar tropas de Setúbal, acirrando ainda mais os ânimos da população. Face à dimensão dos acontecimentos Bento da Silva Fernandes faz publicar um edital, garantindo que «de futuro, os interrogatórios dos presos seriam efectuados na presença do Administrador, a fim de pôr termo aos espancamentos.» A PVDE é mandada retirar do Barreiro. Saber mais: http://memoriaefuturo.cm-barreiro.pt/arq/fich/Rota_da_Resiste__770_ncia_Textos_0.pdf
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Rota do Barreiro - Oficinas dos caminhos-de-ferro do Sul e SuesteA 23 de Maio, agentes da polícia política invadem as Oficinas dos CFSS e prendem o serralheiro José Francisco, sendo as oficinas cercadas por patrulhas da GNR e infantaria. A intervenção das forças repressivas desencadeia um protesto por parte dos operários, alguns dos quais recusando-se a trabalhar em solidariedade para com o preso. Após a saída dos agentes com José Francisco, muitos dos operários vão em sua perseguição até à gare marítima, acabando por atacar com pedras o vapor Évora, retaliando os agentes a tiro. Saber mais: http://memoriaefuturo.cm-barreiro.pt/arq/fich/Rota_da_Resiste__770_ncia_Textos_0.pdf
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Rota do Barreiro - Largo Alexandre Herculano (Largo das Obras)Em 1943 dá-se a mais importante greve da história do Barreiro, não só pelo número de operários envolvidos, como pelas repercussões que trará para a vila operária. Como consequência direta da grandeza dos acontecimentos verificados, é instituído um Comando Militar na vila operária. Saber mais: http://memoriaefuturo.cm-barreiro.pt/arq/fich/Rota_da_Resiste__770_ncia_Textos_0.pdf
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Rota do Barreiro – Praiense/Pensão BarreiroO MUD Juvenil tinha como objetivo mobilizar a juventude. Dezenas de barreirenses participam num passeio-convívio a Alpiarça, mas são detidos pela GNR local e posteriormente entregues à PIDE. Posteriormente, é organizado um encontro no 1º andar da pensão Barreiro, no dia 8 de Março de 1957, para comemorar o Dia Internacional da Mulher. Todavia, a GNR irá invadir o local, levando presos muitos dos ativistas que aí se encontravam. Saber mais: http://memoriaefuturo.cm-barreiro.pt/arq/fich/Rota_da_Resiste__770_ncia_Textos_0.pdf
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Rota do Barreiro - Parque Oliveira Salazar (Parque Catarina Eufémia)As comemorações do 1º de Maio, pelo carácter contestatário que lhes era inerente, não eram autorizadas pelo governo. No dia 1 de Maio de 1962 é feita uma intensa distribuição de propaganda, mobilizando a população para uma concentração no Parque por volta das 17.30. A GNR viria a intervir, cercando o recinto, irrompendo à coronhada e perseguindo os manifestantes. Apesar da repressão desencadeada, muitos dos manifestantes partem em direção à Baixa da Banheira. Saber mais: http://memoriaefuturo.cm-barreiro.pt/arq/fich/Rota_da_Resiste__770_ncia_Textos_0.pdf
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Rota do Barreiro - Luso Futebol ClubeNo dia 11 de Novembro de 1967, tem lugar no Luso Futebol Clube uma sessão de música e poesia organizada pelo Cine-Clube do Barreiro, tendo como artistas convidados Odete Santos, Rui Pato, Carlos Paredes, Fernando Alvim, Teresa Paula Brito e Zeca Afonso, conhecidos pela sua oposição ao regime, atraindo centenas de pessoas ao local. O ambiente entusiástico da sessão iria culminar no pedido para que o Zeca cantasse “Os Vampiros”, música que estava proibida, levando a assistência à euforia. Como consequência, poucos dias. depois começam a ser presos os membros da direção do Cine-Clube. Saber mais: http://memoriaefuturo.cm-barreiro.pt/arq/fich/Rota_da_Resiste__770_ncia_Textos_0.pdf
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Rota do Barreiro - Rua António José de Almeida e Rua Combatentes da Grande GuerraNo dia 5 de Outubro de 1960 Manuel Cabanas, destacado oposicionista, é preso pela GNR e posteriormente entregue à polícia política e encarcerado no Aljube, por ter promovido na sua casa na R. dos Combatentes da Grande Guerra a sessão comemorativa do 50º Aniversário da implantação do regime republicano, sessão que contaria com a presença de mais de 43 democratas. Seria também na sua residência que, em 1958, ficaria sediada a comissão concelhia de apoio à candidatura de Arlindo Vicente às eleições presidenciais. Saber mais: http://memoriaefuturo.cm-barreiro.pt/arq/fich/Rota_da_Resiste__770_ncia_Textos_0.pdf
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Rota do Barreiro - Largo 3 de MaioApós as eleições de 26 de Outubro de 1969, nas quais a CDE no Barreiro vencera em todas as secções de voto com 61%, o Movimento de Oposição Democrática (MOD), através dos seus militantes, organiza as comemorações do 1º de Maio de 1970. A adesão popular é confrontada com um reforço das forças da GNR, que não hesita em recorrer a rajadas de metralhadora para dispersar os manifestantes, que, por sua vez, ripostam atirando pedras. Gera-se um clima de batalha campal, mas, impotente, a GNR acabará por retirar-se. Porque a jornada constituiu uma vitória da Oposição, o governo faria abater, dois dias. depois, uma acirrada repressão sobre todo o distrito de Setúbal. Como resposta, ativistas do MOD afetos à organização local do PCP organizam uma manifestação de protesto e solidariedade para com os presos do distrito, à qual aderem milhares de pessoas, até ao Largo da Santa (atual Largo 3 de Maio), local onde a repressão desencadeada atinge uma proporção sem precedentes, provocando vários feridos graves, sendo ainda presos vários manifestantes. Saber mais: http://memoriaefuturo.cm-barreiro.pt/arq/fich/Rota_da_Resiste__770_ncia_Textos_0.pdf
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Rota do Barreiro - Teatro Cine-BarreirenseNo dia 24 de Outubro de 1973, na sessão ocorrida no Teatro Cine-Barreirense, na presença de cerca de 3000 pessoas, à semelhança do que se verificava em outros locais do distrito, é aprovada por aclamação a Moção em que se decide a não ida às urnas: “Não é por recear o desfavor do eleitorado que a Oposição Democrática renuncia a disputar as “eleições”. (…). Em rigor, recusar a participação nas urnas fascistas não é sequer uma abstenção (…). É um protesto ativo contra a tirania. Um passo no reforço da luta do povo português pela conquista da liberdade”. Saber mais: http://memoriaefuturo.cm-barreiro.pt/arq/fich/Rota_da_Resiste__770_ncia_Textos_0.pdf